A Luta, com Amaury Lorenzo, indicado ao Prêmio Cesgranrio de melhor ator, volta aos palcos nos domingos do Teatro Café Pequeno, às 19h.

O espetáculo A Luta segue sua trajetória de sucesso nos palcos cariocas, agora com a indicação de Amaury Lorenzo ao Prêmio Cesgranrio de Teatro como melhor ator. Amaury, que vem se destacando também na TV com o personagem Ramiro, na novela “Terra e Paixão” da Rede Globo, está em cartaz desde setembro de 2022, com sucesso de crítica e público.

Com direção de Rose Abdallah e dramaturgia de Ivan Jaf, A Luta é um monólogo teatral baseado na terceira parte do livro Os sertões, de Euclides da Cunha (1866-1909), que transforma o ator em um rapsodo que conta, em uma longa prosa épica, as batalhas ocorridas em Canudos, em 1896, entre os homens e mulheres chefiados por Antônio Conselheiro e as forças militares da República, recém-proclamada no Brasil (1889). Da mesma maneira que os rapsodos cantavam a Ilíada e a Odisseia de Homero, mantendo essas longas epopeias vivas pela fala e a memória, antes de poderem ser escritas, pode-se imaginar a Guerra de Canudos, segundo a visão de Euclides da Cunha, sendo narrada por um “contador de História” diante de uma plateia. Um só ator, usando a fala e o corpo, conta as sucessivas investidas do exército brasileiro contra o arraial e a reação de seus habitantes.

Nessa terceira e última parte de Os Sertões Euclides criou uma simbologia poderosa, abandonando a linguagem acadêmica para traduzir jornalisticamente uma guerra de ideias: a luta entre as forças republicanas, que traziam a modernidade, contra o obscurantismo religioso, que alicerçava a monarquia; os brasileiros do litoral contra os do interior; as elites contra o povo; a fé contra a razão… para concluirmos que os dois lados acabaram se unindo pela intolerância e a violência.

Fotografia Alberto Maurício

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