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Encerra temporada neste domingo o solo Aqueles que deixam Omelas
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Estreia série Sob controlo as proezas de uma ministra dos Negócios Estrangeiros em crise
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Depois do sucesso em Portugal, Rio e São Paulo Intimidade Indecente chega ao Teatro Riachuelo no dia 20 de janeiro
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Teatro

Irene Ravache despeja a sua alma em espetáculo
Irene Ravache despeja a sua alma em espetáculo

O espetáculo Alma Despejada, com texto de Andrea Bassitt, e direção de Elias Andreato, e que segue em temporada no Teatro Fashion Mall até o dia 23 de fevereiro, conta a história de Teresa, que depois de morta, visita a casa em que viveu, e rememora histórias de seu passado, pessoas marcantes, sua vida de professora, e a sua paixão por brincar com as palavras. Apesar do enredo de revisitação de uma vida, e de fácil assimilação pelo publico, por tratar-se de uma história de realismo fantástico, com fatos marcantes de nossa política, saúde pública, educação, entre outros, – em tempos não tão distantes assim e narrados por uma “alma”-, a impressão que temos é a de que foram apostadas todas as credenciais da peça, apenas no talento, carisma e excelência de atuação da consagrada, e veterana atriz, Irene Ravache.

Todo o espetáculo Alma Despejada parece gravitar respaldado apenas na sólida interpretação da ótima atriz octogenária, e nos dando a impressão de que não foi empregado um maior esforço artístico para construir todos os outros setores que compõem as áreas artísticas e técnicas do mesmo.

O texto de Andrea Bassit se mostra interessante, em sua ideia central, e no jogo de palavras que marcam a trajetória da personagem principal; ao mesmo tempo em que apresenta o seu conteúdo de maneira tímida na repassagem dos últimos, e muito tenebrosos momentos da politica brasileira e da saúde pública. Deixando-nos uma sensação de descaminhos em sua narrativa.

A cenografia de Fábio Namatame, apesar de correta, é proveniente de uma leitura simplificada de composição de espacialidade – o uso de caixas de mudanças, em tradicional papelão pardo, com carimbo industrial, por todos os lados -; que nos dá a nítida sensação de que há algumas pontas soltas em sua concepção cênica, já que a mesma funciona quase que como um enfeite, uma moldura estática da cena; em vistas de que não apresenta uma função prática de uso, a não ser a de criar a ideia de um óbvio ambiente de mudança, que simboliza a venda de uma casa. O mesmo acontecendo com a busca dialética, em separar o mundo dos mortos e dos vivos, ao apresentar um grande banner de fundo, em preto e branco, de uma pequena mata, que contrasta com o cenário pardo, e colorido da vida real, e do figurino – também correto de Namatame para Ravache -, e que estão presentes na residência de Teresa.

A iluminação de Hiram Ravache é aberta, e coloca a maior parte do tempo, todo o cenário em evidência, e criando algumas zonas de luz, em momentos que se propõem mais delicados. Fazendo pouco uso do providencial rebatedor de luz, e cores, que o banner de fundo, por ser nas paletas de preto e branco, poderia oferecer à este universo, em gamas sobrenaturais. A Música de Daniel Grajew e George Freire, passa também despercebida, sendo utilizada apenas para sublinhar momentos ocasionais da cena.

O maior trunfo do espetácuIo está na atuação da consagrada atriz Irene Ravache, que empresta o seu talento e carisma por nos narrar, em forma de depoimento confessional, partes de sua vida íntima em um Brasil conturbado, pós lava-jato; sendo ela também, junto com a sua família, vítima, em primeira pessoa desses novos-velhos macabros tempos de construção de narrativas, do abandono da saúde pública – e sua qualidade de insetos da morte -; ao dar os seus últimos suspiros memoriais, para se desapegar de vez de sua conturbadíssima experiência terrestre.

Apesar do tema delicado, a peça tem um tom leve, que se utiliza mais do cômico absurdo, do que do diapasão dramático, e com destaque absoluto para a grande disposição da veterana atriz Irene Ravache, em se manter firme, ativa e produtiva aos 80 anos! Um exemplo de amor à arte, e que todos nós agradecemos e aplaudimos! Aguardando as suas novas produções!

.Foto João Caldas Filho

Depois de temporada em São Paulo chega ao Rio em janeiro RealPolitik no Teatro Poeira
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Aqueles que deixam Omelas faz nova temporada, a partir de janeiro no Teatro Poeirinha
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Inspirada na obra de Roberto Carlos Detalhes de Nós Dois reestreia em janeiro no Teatro Adolpho Bloch
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Teatro Infância

As aventuras de Pé de Vento no Dia de Cosme e Damião chega ao Teatro da UFF
As aventuras de Pé de Vento no Dia de Cosme e Damião chega ao Teatro da UFF

Com um resgate de uma das mais emblemáticas tradições do subúrbio carioca, o espetáculo infantil As aventuras de Pé de Vento no Dia de Cosme e Damião volta ao cartaz nos lembrando as alegrias de ganhar e distribuir saquinhos de doces no dia dos santos gêmeos. As novas apresentações serão na EcoVilla Ri Happy (21 a 22/09), e no Teatro da UFF (28 e 29/09), no mês em que é celebrada a tradição (a distribuição de doces ocorre no dia 27 de setembro). Com texto de Fátima Colin, a peça retoma a parceria entre a atriz Clara Santhana (idealizadora do projeto), o diretor Isaac Bernat e o produtor Sandro Rabello, iniciada no sucesso musical “Deixa Clarear”, homenagem a Clara Nunes, há 11 anos em cartaz.

Depois de muita pesquisa na literatura, entrevistas a pessoas ligadas a esta tradição e resgate de momentos da própria vida, a autora Fátima Colin criou a história fantástica de Pé de Vento, um menino nascido no sertão da Paraíba que, até então, desconhece os festejos do Dia de Cosme e Damião, e pega carona num redemoinho viajando até o Rio de Janeiro no dia 27 de setembro. Descobre a tradição da distribuição de doces e vive uma aventura repleta de novidades, quando se depara com as belezas e os perigos que envolvem a Cidade Maravilhosa. Entre os entrevistados para a construção da dramaturgia, estão o historiador Luiz Antonio Simas, a escritora Conceição Campos e os professores Luiz Rufino e Ana Rita Ferraz.

Com direção de Isaac Bernat, os atores Clara Santhana e Leandro Castilho, acompanhados do músico percussionista Igor Lemos, atuam, cantam e tocam canções da música popular brasileira ao vivo. A direção musical é de Leandro Castilho, com um repertório que passeia por compositores importantes como Gilberto Gil, Lamartine Babo, Jorge Ben, Toquinho, Vinícius de Moraes, Rita Lee e Paulo César Pinheiro, Arlindo Cruz, compositores da cena contemporânea carioca como Thiago da Serrinha de Alan Rocha e pontos da cultura popular. Samba, xote, galope, sambalanço, pontos de terreiro e rock ‘n’ roll embalam não só a criançada como os adultos. E falando de Cosme e Damião não poderia faltar uma citação a Zeca Pagodinho, devoto dos santos, um ícone desta tradição.

O Dia de Cosme e Damião é uma festa coletiva, um momento de muita alegria, de muita doçura mesmo. Qual a criança não gosta de doce, de brincadeira, de estar com outras crianças? Quisemos trazer esse clima festivo para o espetáculo, junto com histórias do nosso folclore e músicas divertidas e de grande qualidade da nossa MPB, tanto antigas quanto novas, descreve a atriz Clara Santhana.

O diretor Isaac Bernat lembra que uma das missões do teatro é cuidar da memória e as atrizes e atores são os menestréis deste resgate. Encenar esta peça é trazer para o palco, para praça, para escola e para rua, uma das festas tradicionais mais populares do Rio de Janeiro. Esta festa tem tudo a ver com as crianças, pois elas são as principais acolhidas por esta celebração. Paralelamente a uma dramaturgia musical criteriosamente escolhida para encantar o público, a história do migrante Pé de Vento, como tantos outros nordestinos, se unirá a esta festa tão linda, que anda um pouco esquecida das famílias e das ruas da cidade maravilhosa, celebra Isaac. Vamos buscar na lembrança dos adultos e na curiosidade das crianças a razão do sentido desta festa, que preconiza a alegria, a brincadeira e o afeto como veículos de visita ao sagrado e ao cuidado. Afinal, Cosme e Damiao eram médicos idealistas que queriam cuidar das pessoas. O teatro, por ser presencial e sem intermediação do mundo virtual, aproxima verdadeiramente quem quer celebrar a vida e o divino, completa.

O espetáculo se inspira numa tradição antiga e híbrida, uma vez que reúne símbolos de diferentes culturas e épocas na cidade do Rio de Janeiro. É muito importante olharmos para o passado com o intuito de elaborarmos o presente e elucidarmos algo do futuro para nossas crianças. Através da figura simbólica dos gêmeos Cosme e Damião, falamos também sobre os Ibejis, Orixás gêmeos da cultura Iorubá, tratando das dualidades humanas e das dualidades que se tornam unas na cidade do Rio de Janeiro, o que a faz tão complexa e única, explica Clara.  Ela cita Nei Lopes: no Rio de Janeiro, o culto de Cosme e Damião se singulariza pelo protagonismo que a distribuição dos saquinhos de doces assume, realizando-se fundamentalmente enquanto uma grande brincadeira pelas ruas – embora perpassando casas, mercados e templos – tomadas por grupos de crianças em busca das prendas.

A autora Fátima Colin revela que, para escrever o conto de partida deste espetáculo, mergulhou no fato de ter nascido numa cidade do sertão da Paraíba; na sua infância, as figuras de Cosme e Damião tinham uma conotação mais religiosa. Apenas quando se mudou para o Rio, conheceu a tal tradição da distribuição dos saquinhos de doces pelas ruas nos bairros do Rio e a correria desenfreada de crianças para pegarem mais e mais guloseimas. Esta imagem ficou registrada em sua memória afetiva. Anos depois, escreveu esta história que se conecta com sua biografia, como se o protagonista Pé de Vento olhasse pela primeira vez para a alegria pulsante das pessoas no dia Cosme e Damião através dos seus olhos de menina sertaneja..

Na equipe, também estão Wanderley Gomes (figurino), Dóris Rollemberg (cenário), Aurélio de Simoni (iluminação) e Sandro Rabello, da Diga Sim! Produções (Direção de produção).

Venda de ingressos: https://www.eventim.com.br/artist/as-aventuras-de-pe-de-vento/

Venda de ingressos: https://bileto.sympla.com.br/event/97396

Fotos de Cena Dalton Valério

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