Aforista: Que ou aquele que cria, estuda ou cita aforismos com frequência; Aforismo: Máxima ou sentença que em poucas palavras contém uma regra ou um princípio de alcance moral: “A vida sem música seria um erro” – Nietzsche.

Em janeiro de 2023, A Aforista abriu a temporada teatral do CCBB Rio com enorme sucesso de público, crítica e comentários informais pelos votantes das premiações do Rio de Janeiro. Após temporadas de sucesso no CCBB Rio, CCBB Brasília, CCBB São Paulo, CCBB Belo Horizonte e em Curitiba – mais de 120 apresentações até o momento -, A Aforista retorna ao Rio de Janeiro, no dia 8 de novembro, para encerrar a temporada teatral no palco do Teatro II do CCBB Rio.

Até o momento A Aforista está indicada ao Prêmio APCA (Associação Paulista de Críticos de Arte) nas categorias Melhor Espetáculo e Atriz, e ao Prêmio Cenym em 11 categorias, entre elas, Melhor Espetáculo, Texto, Direção, Atriz, Iluminação e Composição Musical. As premiações do RJ e outras de SP serão anunciadas no início de 2024.

Em A Aforista, a premiada atriz Rosana Stavis divide o palco com 2 pianos de cauda, tocados ao vivo pelos músicos Sérgio Justen e Rodrigo Henrique, que duelam no palco e dão o tom da narrativa com a trilha original criada pelo compositor Gilson Fukushima.

Rosana Stavis é frequentemente apontada pela crítica especializada como umas das melhores atrizes do teatro brasileiro na atualidade.

O espetáculo A Aforista, do dramaturgo e diretor curitibano Marcos Damaceno (Prêmio Shell de dramaturgia por Homem ao Vento), que reestreia na noite de 8 de novembro de 2023, quarta-feira, no Teatro II do CCBB Rio de Janeiro, traz à cena uma mulher (Rosana Stavis), caminhando sem parar em direção ao enterro de um antigo amigo da faculdade de música. Enquanto caminha, lhe vêm pensamentos acerca de sua própria vida, os caminhos escolhidos por ela e seus antigos amigos, todos “promessas da música”. Caminhos que vão da plenitude da realização ao fracasso fatal.

A peça abre ao público a mente dessa mulher, a aforista, na qual se sobressaem a confusão como linguagem, o ritmo vertiginoso, o excesso de informações, as digressões, além de boas doses de ansiedade e perturbação. Trata-se de uma obra teatral por vezes angustiante, mas frequentemente hilariante.

A narradora verbaliza em um estado próximo ao devaneio – ou, melhor, da loucura – onde seus pensamentos, lembranças e imaginação fluem líricos em certos momentos, pesarosos em outros, tornam-se pouco imaginativos e medianos em certos trechos, para logo em seguida flertarem com a filosofia e o sublime, tornando-se expansivos, contraditórios e, principalmente, com confusões e associações próprias da mente humana em nossos dias.

É uma arquitetura mental em espiral, de pensamentos entrecortados por outros pensamentos que se interrompem e são retomados em um looping sem fim. São narrativas densas e sôfregas que ficam risonhas. Pensamentos sublimes e elevados que escorregam para o grotesco, assim como é a vida da gente.

É uma peça sobre as decisões que tomamos. Sobre as nossas escolhas. Os caminhos que seguimos. E onde eles nos levam. É também uma peça sobre nossos sonhos. Sobre nossos desejos, principalmente de quando jovens. E de como lidamos com eles. Como lidamos com nossas frustrações, com nossas insatisfações: “ser artista é saber lidar com as frustrações – diz a aforista. Enfim, como toda peça de teatro, de como lidamos com os nossos sentimentos. E de como lidamos com os nossos pensamentos, comenta o diretor Marcos Damaceno.

A peça apresenta como um dos personagens centrais o famoso pianista John Marcos Martins. Outro pianista, Polacoviski, tem um destino trágico. A narrativa desenvolve-se a partir das lembranças, pensamentos e imaginação da terceira personagem, a narradora, amiga de John Marcos Martins e de Polacoviski, e por eles apelidada de aforista*.

A narradora, que está sempre andando e enquanto anda, pensa em como se deu tudo. Sua relação com seus antigos amigos de faculdade, o caminho que cada um seguiu, onde esses caminhos os levaram e o quanto esses caminhos tomados influenciaram, inclusive, na vida uns dos outros.

O pensamento é o lugar onde se passa a peça: “andando vamos resolvendo as perturbações do pensamento”, diz a aforista enquanto anda e pensa, conclui Damaceno.

A música cumpre papel de destaque no espetáculo, sendo a atriz Rosana Stavis acompanhada por 2 pianos tocados ao vivo pelos músicos Sérgio Justen e Rodrigo Henrique, que duelam no palco e dão o tom da narrativa com a trilha original criada pelo compositor Gilson Fukushima.

A Aforista é o segundo espetáculo de uma trilogia iniciada com Árvores Abatidas ou Para Luis Melo, influenciada por Thomas Bernhard. Segundo o diretor Marcos Damaceno, o texto da peça é uma conversa com argumentações postas por Bernhard respondendo e contrapondo questões colocadas pelo autor austríaco em sua extensa obra, permitindo-se desviar para outros assuntos, outras situações, outros lugares. Um mergulho na memória e nas possibilidades que cabem numa vida.

A mente como protagonista ou lugar de ação e o impacto quase que exclusivamente pela força do elenco e das palavras são marcas das encenações da Cia.Stavis-Damaceno.

A estreia nacional de A Aforista aconteceu em janeiro de 2023, no CCBB Rio de Janeiro, seguiu para temporadas no CCBB Brasília, CCBB São Paulo e CCBB Belo Horizonte, além de temporada em Curitiba, com mais de 120 apresentações até o momento.

A nova temporada no Rio de Janeiro é realizada com recursos do Programa de Apoio e Incentivo à Cultura – Fundação Cultural de Curitiba e da Prefeitura Municipal de Curitiba, com incentivo da Ademicon Consórcio e Investimento.

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