Depois da hegemonia da era Bernardinho todos sabíamos de que não seria nada fácil para a Confederação Brasileira de Voleibol (CBV) poder encontrar um substituto a sua altura. Com toda a certeza haveria uma imensa cobrança para que o voleibol brasileiro não perdesse o seu lugar de destaque no cenário internacional. Desta maneira, qualquer técnico que aceitasse o desafio em dar continuidade a esta trajetória mais do que vitoriosa, iria sofrer uma pressão eterna, caso não conseguisse se aproximar apenas de alguns dos excelentes resultados de Bernardinho.

A trajetória de Renan Dal Zotto no selecionado acabou superando todas as expectativas e foi excelente nos primeiros 5 anos. Em 2017 o Brasil foi Vice-Campeão da Liga Mundial, Campeão da Copa dos Campeões e Campeão Sulamericano, em 2018 foi 4o lugar na Liga das Nações (VNL) e o título de Vice Campeão Mundial, em 2019 Campeão Sulamericano, Campeão da Copa Wagner, Campeão do Pré Olímpico, Campeão da Copa do Mundo e 4o lugar da VNL, em 2021 foi Campeão Sulamericano,  Campeão da Liga das Nações (dirigido pelo seu assistente técnico Carlos Schwanke) e 4o lugar nas Olímpiadas de Tóquio e em 2022 foi medalha de Bronze no Campeonato Mundial.

O que na verdade começou a ligar o sinal de alerta para o desempenho do selecionado foram os resultados decrescente do time, nos campeonatos mais importantes como Olímpiadas – caindo de 1o para 4o -, o Campeonato Mundial – caindo de 2o para 3o -; e na Liga das Nações (VNL) – caindo de 1o para 4o . Sendo o pior dos resultados a perda pela primeira vez do Campeonato Sulamericano para a Argentina. Pela primeira vez em toda a história o Brasil perdeu esse título. Assim, este conjunto de resultados, mais as diversas dispensas de jogadores (o oposto Felipe Roque, o ponta Leal e o ponta Arthur Bento; além da dispensa de membros da comissão técnica como Carlos Schwanke).

Por conta disso o Pré-Olímpico no Brasil era de fato a prova de fogo, e certamente os seus resultados, jogo a jogo, iriam determinar o futuro do selecionado brasileiro, dali por diante. Na chave do Brasil ficaram os europeus Itália – considerada a favorita -, Alemanha – considerado um time em ascensão -, Ucrânia e República Tcheca; além de Cuba – uma possível favorita -, e fechando com os azarões Irã e Catar.

E o Brasil na sua estreia com o time mais fraco da competição – e que não marcou nenhum ponto em todo o Pré -, não conseguiu se apresentar com firmeza e segurança suficiente para nos convencer. Apesar de aplicar um 3 x 0 ( 25/16, 25/19 e 26/24), fez um set duro, e com chances de dar ao Catar o seu único set em toda a competição. O segundo jogo do Brasil foi com a República Tcheca e o Brasil quase perdeu o jogo, vencido por 3 x 2 (22/25, 25/16, 25/20, 21/25 e 16/14). O último set foi um duro 16/14. Com estes resultados o Brasil na terceira rodada iria pegar o primeiro time que poderia realmente vencê-lo, em vistas dos resultados apresentados. E foi o que aconteceu! A Alemanha aplicou 3 x 1 (25/21, 19/25, 19/25 e 26/28) no Brasil, e se credenciou assim como um dos favoritos absolutos da competição – depois de vencer também Cuba pelo mesmo placar. Na quarta rodada o Brasil pegou a Ucrânia e novamente fez um jogo muito disputado 3 x 2 (36/38, 25/20, 21/25, 25/18 e 15/11), demonstrando muitos altos e baixos, e com chances reais de perder para mais um time europeu. Está aí um dos calcanhares de Aquiles do selecionado, os times europeus. Cabendo para a 5a rodada enfrentar a seleção cubana, uma seleção em que o Brasil possui melhor encaixe – apesar de ter sofrido uma derrota há pouco. Este foi o melhor jogo do Brasil na competição, onde ele venceu por 3 x 1 (23/25, 25/18, 25/20 e 25/20) e graças a isso conseguiu se manter vivo. A Alemanha ganhou de todos os grandes favoritos (Cuba, Brasil e Itália) e caminhava tranquilamente para ser o primeiro classificado para Paris. Assim, entre o último e decisivo jogo com a Itália, o Brasil teria que se impor ao Irã. E assim foi, mesmo sem muito brilho e convicção. Brasil 3 x 0 (25/19, 25/20 e 25/23).

E aconteceu como o previsto, no penúltima rodada a Alemanha venceu o Catar por 3 x 0 25/19, 25/20 e 25/23) e foi o primeiro país a carimbar o passaporte para Paris. Vencendo todos os seus jogos e se tornando assim a grande sensação do Pré-Olímpico, por seu jogo firme, consistente, e com um time muito aplicado, aguerrido e técnico. Tendo em seu destaque absoluto o jogador alemão/húngaro Grozer, do alto dos seus impressionantes 38 anos, ele praticamente foi perfeito em toda a competição; e sendo o segundo maior pontuador de todos os Pré-Olímpicos. Com destaque absoluto também para o líbero alemão Zenger, o primeiro do ranking de defesa. Além da grande atuação dos centrais Tobias Krick e Anton Brehme.

Assim, o Pré-Olímpico do Rio de Janeiro se resumiu a necessidade do Brasil vencer a todo o custo o selecionado italiano. E por pouco que o Brasil não conquista o seu passaporte para Paris; pois venceu o seu último jogo (a sua final), apenas no último set: 3 x 2 (25/23, 23/25, 15/25, 25/17 e 15/11). O Brasil também teve três destaques entre os três melhores dos Pré-Olímpicos: 1o em bloqueio (Flávio), 1o em saque (Darlan) e 3o em levantamento (Bruno).

Classificação final:

1o- Alemanha- 21 pontos.

2o- Brasil – 15 pontos.

3o- Cuba – 14 pontos.

4o- Itália – 13 pontos.

5o- Ucrânia – 10 pontos.

6o- República Tcheca – 7 pontos.

7o- Irã – 4 pontos.

8o- Catar – 0 ponto.

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