O sucesso teatral As Crianças volta ao palco do Teatro Poeira em janeiro de 2024, com direção de Rodrigo Portella e atuação de Analu Prestes, Mario Borges e Stela Freitas. A peça foi indicada a 26 prêmios e vencedora de oito deles entre Shell, APTR, Cesgranrio, Botequim Cultural, APCA e Aplauso Brasil. 

As Crianças, escrita em 2016 pela premiada dramaturga inglesa Lucy Kirkwood e direção de Rodrigo Portella (“Ficções”, “Tom na Fazenda”), estreou com sucesso em 2016 em Londres, e levanta duas camadas de reflexão: num nível individual, fala da relação do ser humano com a passagem do tempo e seu inventário de perdas e ganhos; e num nível coletivo, trata de discussões éticas sobre a responsabilidade com o uso dos recursos do planeta e com as gerações futuras. Reparação e redenção são temas dessa peça que volta seu olhar para os catastróficos resultados da interação entre os humanos e a natureza.

O casal de físicos aposentados Dayse (Analu Prestes) e Robin (Mario Borges), vive só e sem vizinhos numa casa improvisada perto da costa, numa região inóspita assolada por um acidente nuclear. Após uma ausência de quase quarenta anos, Rose (Stela Freitas), antiga colega de profissão e amiga, chega a essa casa com uma missão que poderá mudar para sempre a vida do casal. Para complicar as coisas, Robin teve uma relação com Rose no passado.

Estruturalmente, a peça se sustenta pelo desvendamento progressivo dos sentimentos desses personagens que, aos poucos, vão mostrando não só seus problemas afetivos, mas também a profunda crise ética em relação a seu papel na sociedade em que vivem. Paralelamente à questão nuclear, o texto investe nas particularidades da vida desses três indivíduos – sua relação com os filhos (ou a opção por não tê-los), a proximidade da morte, a traição, as omissões, a fantasia e o desejo.

Trata-se de um grande desastre a espelhar os pequenos desastres de três vidas. A discussão da peça está pra além da questão nuclear. Ela nos provoca a pensar em como usamos os recursos disponíveis. Entendo que Kirkwood quer que pensemos em nossa responsabilidade com as futuras gerações. Pra mim a grande pergunta da peça é: salvar as crianças de um futuro catastrófico é um ato de heroísmo ou uma obrigação?, questiona Rodrigo Portella, diretor.

Indicações e Prêmios  

Prêmio Cesgranrio-

Melhor Atriz – Analu Prestes (Vencedor).

Melhor diretor – Rodrigo Portella (Vencedor)

Melhor Espetáculo – As Crianças (Vencedor)

Melhor Cenografia – Julia Deccache e Rodrigo Portella

Melhor Iluminação – Paulo Cesar Medeiros

Melhor Ator – Mario Borges

Categoria Especial – Diego Teza  

Prêmio Shell

Melhor Atriz – Analu Prestes (Vencedor)

Melhor Atriz – Stela Freitas 

Prêmio APTR-

Melhor Atriz – Analu Prestes (Vencedor)

Melhor Ator – Mario Borges

Melhor Direção – Rodrigo Portella

Melhor Iluminação – Paulo Cesar Medeiros

Melhor Cenografia – Julia Deccache e Rodrigo Portella

Melhor Espetáculo – As Crianças

Melhor Produção – Realejo Produções Culturais 

Prêmio Botequim Cultural

Melhor Espetáculo – As Crianças (Vencedor)

Melhor Direção – Rodrigo Portella (Vencedor)

Melhor Atriz – Analu Prestes (Vencedor)

Melhor Atriz – Stela Freitas

Categoria Especial – Diego Teza  

Prêmio Aplauso Brasil

Melhor Direção – Rodrigo Portella

Melhor Elenco – Analu Prestes, Stela Freitas e Mario Borges

Melhor Espetáculo Independente 

Prêmio APCA (SP)-

Melhor Atriz – Analu Prestes

Melhor Direção – Rodrigo Portella 

Fotografia Victor Hugo Cecatto

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *