Depois da versão audiovisual criada especialmente para o período da pandemia, chega ao palco pela primeira vez, no dia 16 de agosto de 2023, às 21h, a peça Pequod – só os bons morrem jovens, com texto e direção de Mario Bortolotto, montagem inédita do Grupo de Teatro Cemitério de Automóveis, que completou 40 anos em 2022. No elenco, além do próprio Bortolotto, Nelson Peres, Fernando Castioni e Rebecca Leão. 

Mário Bortolotto, que além do texto e da direção assina também a trilha do espetáculo, segue na companhia do seu dream team criativo: o cenário dos irmãos Mariko Ogawa e Seiji Ogawa recria a cabine de um barco, espaço de confronto e abrigo dos quatro personagens ao longo de toda a ação; a luz do veterano e premiado Caetano Vilela desenha os variados tons daquela longa madrugada que atravessa e é atravessada pelo quarteto.

Depois de anos, dois irmãos com histórias e temperamento opostos se reencontram por ocasião da morte do pai. Dentro de um barco ancorado, madrugada adentro, confrontam suas versões antagônicas do passado em família, e tudo se mistura ainda mais com a chegada de dois amigos de um deles. Quando escrevi a primeira peça, não pensava em escrever uma segunda com os mesmos personagens. E quando escrevi a segunda, não pensava em escrever a terceira. Mas mais precisamente em relação à terceira, é uma ideia que tive há alguns anos e ela só veio amadurecendo., conta Mário Bortolotto.

Nando (Mário Bortolotto), um homem na casa dos sessenta, mora sozinho em um barco, de onde raramente sai. O irmão Mauricio (Nelson Peres), depois de anos, aparece para comunicar o falecimento do pai. Nesse encontro entre os irmãos, velhas contas são acertadas e os dois finalmente podem avaliar o que fizeram de suas vidas, onde conseguiram acertar e onde erraram de forma desastrosa. Dois outros personagens provocam os irmãos nesta aventura existencial – Castioni (Fernando Castioni), amigo de Nando, um velho falastrão e asmático, e Lili (Rebecca Leão), garota de procedência misteriosa, frequentadora do barco-casa de Nando.

Mário Bortolotto, que além do texto e da direção assina também a trilha do espetáculo, segue na companhia do seu dream team criativo:o cenário dos irmãos Mariko Ogawa e Seiji Ogawa recria a cabine de um barco, espaço de confronto e abrigo dos quatro personagens ao longo de toda a ação; a luz do veterano e premiado Caetano Vilela desenha os variados tons daquela longa madrugada que atravessa e é atravessada pelo quarteto.

Pequod completa a trilogia dos irmãos Nando e Maurício, que começou na peça “Fica Frio”, encenada em 1989, e seguiu na peça “Tempo de Trégua”, do ano de 2000. De família abastada do interior do Paraná, os irmãos têm personalidades opostas. Nando é o mais velho e muito cedo saiu de casa, recusando qualquer ajuda da família. Sempre viveu de bicos e pequenos delitos, preferindo ficar à margem da sociedade. Maurício é o filho que fez tudo o que esperavam dele. Ficou junto dos pais, cuidou dos negócios da família, casou e levou uma vida linear.

Na primeira peça, Maurício foi incumbido pelo pai de encontrar o irmão e tentar trazê-lo de volta para casa. Ele o encontra, mas acabam tendo que fugir juntos pois Nando havia assaltado uma joalheria. Os dois caem na estrada e a viagem se torna uma espécie de ritual de iniciação para o jovem. Na segunda peça, os irmãos voltam a se encontrar numa noite de Natal familiar. Maurício já está casado e leva a esposa. Nando surpreendentemente aparece depois de muito tempo longe de casa. Mas sua visita só confirma o quanto ele não se sente bem-vindo em nenhum lugar do mundo.

Foto Cristina Jatobá

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