Importante pensadora do final do século 19, a russa Helena Petrovna Blavatsky (1831-1891) buscou ampliar o diálogo entre religião e ciência, influenciando personalidades de diversas áreas do conhecimento. Sua vida e obra inspiraram o monólogo Helena Blavatsky, a voz do silêncio, estrelado por Beth Zalcman, sob a direção de Luiz Antonio Rocha, com texto de Lucia Helena Galvão, filósofa, professora, escritora, poetisa e palestrante em sua primeira incursão na dramaturgia.

Depois de três temporadas em São Paulo, uma em Belo Horizonte e uma no Rio de Janeiro, com a maioria das sessões lotadas, a peça recebeu um convite para voltar à cidade, a partir de 27 de outubro, no Teatro dos Quatro, no Shopping da Gávea, devido ao estrondoso sucesso por onde passa. As sessões serão às sextas e sábados, às 20h, e aos domingos, às 19h, até 9 de dezembro. Até agora, quase 40 mil espectadores já assistiram e se emocionaram com a atuação de Beth Zalcman, indicada ao Prêmio Cenym de Melhor Atriz pelo espetáculo.

Assim como alcançamos espectadores em todo o mundo com as apresentações virtuais, a versão presencial tem atraído muita gente de vários estados brasileiros e até do exterior. Recentemente recebemos um grupo da Holanda, conta Luiz Antonio Rocha sobre o sucesso da montagem. Recebemos também muitos retornos de gente falando na importância de um espetáculo que se debruça sobre a alma humana, que traz à tona nossos sentimentos mais essenciais, completa.

Helena Blavatsky foi, antes de tudo, uma incansável pesquisadora de sabedoria antiga e atemporal, revolucionando o pensamento humano. Sua vasta obra influenciou cientistas como Einstein e Thomas Edison; escritores como James Joyce, Yeats, Fernando Pessoa, T. S. Elliot; artistas como Mondrian, Paul Klee, Gauguin; músicos como Mahler, Jean Sibelius, Alexander Criabrin; além de inúmeros pensadores, como Christmas Humphreys, C. W. Leadbeater, Annie Besant, Alice Bailey, Rudolf Steiner e Gandhi.

Considerando que vivemos num período de caos mundial (vide as guerras atuais), no qual o fundamentalismo, as tecnologias e as crises políticas e climáticas do planeta invadem nossa dignidade com tanta violência, resgatar os pensamentos de Blavatsky é de extrema importância, afirma Luiz Antônio Rocha. Segundo Blavatsky, nada pode afetar a um homem ou a uma nação sem que afete a todos os homens e a todas as nações, completa o diretor.

Interpretar Helena Petrovna Blavatsky é mergulhar no improvável, no intangível. Nada mais desafiador para uma atriz realizar um texto que demanda extrema sensibilidade, concentração e imaginação, e transporta a plateia para um universo de possibilidades, define a atriz Beth Zalcman. Desde o início da minha busca pelo conhecimento através da filosofia, me deparei com pensadores que dedicaram suas vidas a buscar, compilar e transmitir ideias que entrelaçam nossas vidas e compõe parte do que somos. Esta peça é uma forma comovida e contundente para homenagear esta mulher tão especial, conclui a autora Lucia Helena Galvão.

Fotografia Andrea Menegon

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *