Nesta 6a edição prestamos a nossa homenagem a dois artistas dos mais importantes no nosso cenário teatral e televisivo brasileiro: a atriz Aracy Balabanian e o diretor teatral Aderbal Freire Filho. Aracy era uma atriz magnífica e essencial para as artes cênicas brasileiras, foi denominada como sendo uma atriz talhada ao trágico, mas era dotada também de muita musculatura cômica. Era uma atriz completa e que ficou marcada também pela sua veia humorística como a sua Cassandra em Sai de Baixo e principalmente como a Dona Armênia de Rainha da Sucata– personagem que fez tanto sucesso que retornou na novela Deus nos Acuda. Na TV ela viveu também as emblemáticas personagens Heloísa em Antônio Maria, Bianca em Nino, o Italianinho, Giovana em O Primeiro Amor, Gabriela em Vila Sésamo, Milena Cabral em Locomotivas, Vera Mesquita em Brilhante, Helena Aranha em Elas por Elas, Maria Fromet em Que Rei Sou Eu,?, Leontina Sá em A Lua Me Disse, Gemma Mattoli em Passione, Eponina Camargo em Saramandaia, e Filomena Ferreto em A Próxima Vítima, entre muitos outros. Apesar de uma extensa carreira televisiva, Balabanian teve também uma vida teatral muito rica, pulsante e potente, onde atuou em Macbeth, em Marat/Sade, em Ossos do Barão de Jorge de Andrade, Hair, Brecht, Segundo Brecht, e como Clarice Lispector, em Clarice Coração Selvagem; entre muitos outros. A arte brasileira se despede assim de uma de suas maiores damas.

Aderbal Freire Filho, era um dos mais convictos brechtianos de nosso teatro, e que construiu momentos memoráveis em nosso teatro carioca, brasileiro e no Uruguai. Freire Filho tinha também uma relação muito intensa com o teatro latinoamericano. Entre suas principais obras podemos destacar O Cordão Umbilical de Mário Prata, Apareceu a Margarida de Roberto Athayde, Révellion de Flávio Márcio, Besame Mucho de Mário Prata, Mão na Luva de Oduvaldo Vianna Filho; e a sua ocupação genial no abandonado Teatro Gláucio Gill – em reconstrução – e batizado como Centro de Demolição e Construção do Espetáculo (CDCE): que gerou a histórica montagem de A Mulher Carioca aos 22 Anos – inaugurando uma nova linguagem cênico-narrativa. Depois daí, viriam ainda O Tiro que Mudou a História de Aderbal Freire Filho e Carlos Eduardo Novaes – um grande sucesso no Museu da República -, Tio Vânia de Anton Tchecov, O Púcaro Búlgaro de Campos de Carvalho, As Centenárias de Newton Moreno, Hamlet de William Shakespeare, Moby Dick de Herman Melville, Macbeth de William Shakespeare, Na Selva das Cidades de Bertolt Brecht e Incêndios, em que dirigiu a sua atual companheira Marieta Severo. O teatro carioca se despede assim, de um dos maiores nomes e criativos de sua geração.

Nesta edição apresentamos a crítica de Ricardo Schöpke para Furacão do Amok Teatro, com atuações arrebatadoras das atrizes Aleixo, mãe e filha. E também a estreia de Diário de um Louco de Nicolai Gogol, direção de Bruce Gomlevsky e primeiro monólogo de Milhem Cortaz.

No streaming apresentamos a estreia em exclusivo, na Filmin, a 10 de Agosto, de Dias em Chamas, de Emin Alper e também, na mesma Filmin a estreia, a 16 de Agosto, de três documentários sobre os festivais Bons Sons, Paredes de Coura e Tremor e ainda quatro filmes sobre os Sensible Soccers, Solar Corona, Peste & Sida e João Ribas, artistas portugueses que marcam a história do rock em Portugal. 

No cinema apresentamos a estreia do filme GRAN TURISMO, baseado na inacreditável história real de uma equipe de improváveis azarões – um lutador da classe trabalhadora (Archie Madekwe), um ex-jogador fracassado piloto de corrida (David Harbour) e um executivo idealista do automobilismo (Orlando Bloom). Juntos, eles arriscam tudo para enfrentar o esporte de elite do mundo. Em cartaz no UCI Cinemas El Corte Inglés, Arrábida e UBBO.

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