Não é todo dia que o público tem a oportunidade de desfrutar de um entretenimento que, em diferentes camadas, dialoga com as crianças, os adolescentes e os adultos ao mesmo tempo. Essa comunicação abrangente e agregadora é um dos grandes trunfos de Diário de Pilar na Amazônia, com estreia no sábado, dia 30 de setembro de 2023, às 16h, no Teatro Clara Nunes; e que convida o espectador a um encontro afetivo com a riqueza e o mistério da floresta amazônica.

Através da história da menina Pilar, que embarca numa aventura com seus amigos para deter um grupo de madeireiros predadores, a peça é potencial ferramenta para a educação ambiental das novas gerações.

O espetáculo, um encontro afetivo com a riqueza e o mistério da floresta amazônica, abrange o público de todas as idades, trazendo canções originais, personagens da cultura e mitologia dos povos originários e um elenco diverso formado por indígenas, pretos e brancos de diferentes gerações para exaltar de forma poética e lúdicao povo, flora e fauna amazônicas.

Uma adaptação da obra homônima da escritora e roteirista Flavia Lins e Silva, autora da série literária Diário de Pilar e criadora da série Detetives do Prédio Azul. A peça reúne, de forma não didática, informações pouco conhecidas e muito úteis sobre o bioma da floresta e sua preservação, tornando-se um potencial instrumento de educação ambiental através da arte.

Estou encantada com a adaptação do livro para a peça. O público vai fazer uma imersão sensorial na Amazônia e certamente sairá muito tocado e transformado, vibra a autora, Flavia Lins e Silva (que também estreia em outubro “D.P.A. a peça 2 – Os Detetives do Prédio Azul em um mistério em Magowood”).

A equipe encenou em 2018 a peça “Diário de Pilar na Grécia”, da mesma autora, com grande sucesso de público e crítica, ganhando prêmios, sendo apresentada em Portugal e seguindo em circulação por grandes teatros do país até hoje

Preocupados com o desmatamento e a destruição da floresta, a menina Pilar, seu amigo Breno e o gato Samba se transportam para a Amazônia onde, ao lado da indígena Maiara, enfrentam um perigoso grupo de madeireiros que depreda sem dó a floresta traficando madeira rio abaixo. Navegando pelos rios Amazonas, Solimões, Negro e Tapajós, os amigos têm encontros surpreendentes com seres encantados da floresta como Iara e Curupira, que se tornam fortes aliados na empreitada dos meninos. 

O cenário de Natalia Lana preenche todo o palco com múltiplas e coloridas cordas suspensas em diferentes camadas que representam a floresta e sua profundidade, e por onde surgem e desaparecem os personagens ao logo da ação. Uma gigante escavadeira, que ao entrar ocupa praticamente todo o palco, sintetiza o poder e a gana predadora dos madeireiros clandestinos. Os bonecos de José Cohen, manipulados pelos atores, dão vida a diferentes animais da floresta. Há ainda outros elementos icônicos da região amazônica, como as coloridas e típicas redes para deitar, que recriam o grande barco-gaiola, além de uma representação figurativa da árvore Sumaúma (ou Samaúma), considerada a grande mãe da floresta.

Fotografia Gal Oliveira

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