Sucesso na Broadway – indicada a 11 Tony Awards e premiada com 4, incluindo Melhor Peça – a adaptação brasileira está indicada aos Prêmios APCA 2023 (Associação Paulista de Críticos de Arte) de Melhor Peça e Melhor Ator (Marco Antônio Pâmio).

A peça confronta gerações desde os anos 1980, durante a explosão do HIV, até os dias de hoje, colocando em pauta, com humor e agilidade, uma discussão geracional sobre pertencimento, amadurecimento e amor no universo LGBTQIAPN+. 12 atores que se revezam na interpretação de 25 personagens.

Em cartaz desde março em São Paulo, a peça A Herança, sucesso de público e crítica, reflete com humor e leveza sobre as transformações dos pontos de vista de diferentes gerações sobre pertencimento, amadurecimento e amor na comunidade LGBTQIAPN+. O texto original (“The Inheritance”) foi considerado pelo jornal inglês The Telegraph como “o texto de teatro mais importante do século 21”.

A tradução do texto é do próprio diretor, Zé Henrique de Paula, que esteve à frente de peças e adaptações de grande sucesso nos últimos anos, como “Dogville”, “Chaves, O Musical” e “Sweeney Todd”. A direção de produção é assinada por Carlos Martin.

Eric (Bruno Fagundes) está prestes a ser despejado de seu apartamento, e enfrenta uma crise com o recém-noivo, o roteirista Toby, (Rafael Primot), às voltas com uma ascensão meteórica à fama. Tentando se compreender nesta fase turbulenta, Eric se aproxima de Walter (Marco Antônio Pâmio) e Henry (Reynaldo Gianecchini), homens mais velhos com outras visões e experiências. Em meio aos encontros e desencontros, surge em suas vidas Adam (André Torquato), e três gerações colidem e redefinem suas concepções sobre amor, afeto, perda, saudade e amizade.

Na versão brasileira, os 30 figurinos são assinados por Fábio Namatame, a trilha sonora original composta por Fernanda Maia, iluminação por Fran Barros, preparação corporal de Inês Aranha e cenografia também de Zé Henrique de Paula. A direção de arte do cartaz conta com a assinatura de Luciano Schmitz e fotos de Hudson Rennan.

É muito gratificante chegar a um final de temporada em São Paulo com tanto sucesso. Vimos o público aderir ao formato de dois dias diferentes e saírem transformados, e isso é algo que sempre busquei no meu trabalho de ator. A peça carrega consigo uma oportunidade de transformação que só a arte é capaz de fazer. Então, não vejo a hora de levar esse trabalho para o público carioca que é tão caloroso e atencioso. A última vez que estive no Rio com teatro foi há 10 anos. Muito feliz em poder dar esse passo como produtor/ator, conta Bruno Fagundes que, junto com o diretor Zé Henrique de Paula, é idealizador e produtor do projeto. Bruno se encantou pelo texto ao assistir à encenação na Broadway em 2019: “Fiquei obcecado pela peça e lutei para que os brasileiros conhecessem esta história”.

Tenho o costume de participar de projetos contestadores, ou que dessem um sentido maior à nossa profissão. No caso desta peça, os dois motivos são unidos, pois além de propor reflexões super pertinentes, também percebi que aqueceu o coração do público, com uma história carregada de afeto e amor, que tanto precisamos em nosso país, constata Zé Henrique de Paula.

Fiquei apaixonado pelo texto logo na primeira leitura. Todas as cenas da peça são profundas, ou engraçadas, ou tragicômicas, ou extremamente emocionantes, mas tudo é interessante e potente, destaca Reynaldo Gianecchini.

Fotografia Gisela Schlogel

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