O 8o Prêmio CBTIJ de Teatro para Crianças, com direção e roteiro de Cleiton Echeveste e Bruno Bacelar, e produção de Eduardo Almeida e Leo Carnevale, e que ocorreu no dia 13 de março de 2024, no Teatro Sesi Firjan do Rio de Janeiro, marca um momento muito especial na trajetória do Centro Brasileiro de Teatro para a Infância e Juventude.

Liderado pela coordenação competente de Bruno Bacelar, desde a construção de um corpo de jurados diverso – Renata Tavares, Daniela Abreu, Leo Carnevale e Rohan Baruck -, passando pelos primeiros passos de uma nacionalização – com a nova presidência de Luciana Comin (Grupo Teca Teatro, de Salvador, Bahia), para o triênio 2024-2026 -, até chegar nas escolhas muito pertinentes, na mescla de nomes consagrados da área, com novos valores e revelações.

Assim, a missão do Prêmio, se mostrou muito madura e lúcida ao conviver harmonicamente entre as novas premissas de nosso tempo, como a inclusão dos pretos, indígenas, quilombolas, PCDs, LGBTQIAPN+, e profissionais renomados que não se enquadram nesses segmentos, mas que são artistas de extremo valor, e trajetórias de muito sucesso, em décadas de atuação na área. Posturas como essas contribuem, em muito, para credibilizar todos os envolvidos: coordenação e jurados, e solidificam a nova gestão e presidência do Centro Brasileiro de Teatro para a Infância e Juventude.

Devemos ressaltar também que o formato do Prêmio, em 26 categorias, já contribui também em abraçar muitos espetáculos – neste ano foram 15 deles comtemplados -, e facilitando assim, de certa maneira, em poder ser atendido uma expressiva diversidade de bons trabalhos, durante cada ano.

Entre todas as indicações, neste ano não houve nenhum indicado na categoria Espetáculo para a Primeira Infância. Os favoritos no ano de 2023 eram Fabrica de Nuvens com 14 indicações, Karaíba e Manoel com 12 indicações, Venturo com 10 indicações, Meus Dois Pais com 9 indicações, Gabriel Só Quer ser Ele Mesmo e Elefante com 8 indicações e Era Uma Vez Um Tirano com 7 indicações.

O grande vencedor da noite foi o espetáculo Venturo, com 06 prêmios vencidos -Melhor Espetáculo para Crianças, Direção (Álvaro Assad), Cenário (Dodô Giovanetti), Iluminação (Juliana Moreira), Música Adaptada ou Trilha Sonora (Joaquim de Paula) e Fotografia de Cena (Silvie Ojeda). Uma escolha muito bem acertada ao privilegiar a criação e a execução de um teatro criativo, contemporâneo, que mistura futurismo com o universo retro, sem perder a humanidade diante de um mundo desconhecido, ao discorrer sobre a amizade de duas personagens, ao se depararem com uma estranha máquina misteriosa. Com a vitória de Venturo, quem sai vencedor é o próprio teatro como potência, no seu espectro mais amplo, que alia experiência e qualidade técnica e artística, com realização e criatividade.

Seguido por Fábrica de Nuvens com 04 prêmios vencidos -Melhor Espetáculo para Crianças, Coletivo de Atores e Atrizes, Preparação Corporal (Adelly Costantini) e Técnico (Regivaldo Moraes e Zé Maranhão-Cenotécnico), e Karaíba com 03 prêmios vencidos -Texto Adaptado (Idylla Silmarovi), Atriz em Papel Protagonista (Jéssyca Meyreles) e Figurino (Wanglêys Manaó).

Completam a lista com 02 prêmios vencidos: Era uma Vez um Tirano– Ator em Papel Protagonista e Visagismo (ambos para Higor Nery), Meus Dois Pais– Projeções Cênicas (Renato Krueger) e Programação Visual (Davi Palmeira); e Quem Disse?– Texto Original (Ana Luiza França) e Adereços (Patrícia Muniz).

E com 01 prêmio: Gaga -Atriz em Papel Coadjuvante (Vitória Rodrigues), DPA 2 -Ator em Papel Coadjuvante (Ronaldo Reis), Pluft -Formas Animadas (Cia Pequod), Gabriel Só Quer Ser Ele Mesmo– Música Original (Renata Mizrahi e Marcelo Rezende), Manoel– Preparação Corporal (Duda Maia), Creme do Céu– Coreografia (Flávia Tápias), Louise / Os Ursos– Especial, As Aventuras de Pinóquio – Direção de Produção (Alexandre Lino) e Elefante –Adereços (Flavio Souza).

Nesta edição as Homenagens Especiais do Conselho de Administração (Troféu Lizette Negreiros), premiou quatro ganhadores: Grupo Canteiro Teresina (Piauí), Grupo Zabriskie Teatro (Goiás), Maurício Tizumba (Minas Gerais) e Programa Teatro em Comunidades – Unirio (Rio de Janeiro).

Torcemos que as novas edições do Prêmio CBTIJ, continuem sempre a refletir o sucesso deste formato, que reafirma assim os valores fundamentais das obras apresentadas com qualidades e excelências técnicas e artísticas.

Fotografia Paulo Rodrigues








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