Através da história de um roqueiro em decadência que rememora sua vida, glórias e fracassos, a peça passeia pelas biografias de ícones do rock que morreram precocemente, aos 27 anos – Jim Morrison, Janis Joplin, Jimi Hendrix, Kurt Cobain e Amy Whinehouse -, às voltas com álcool, drogas e depressão.

O mergulho no universo do chamado Clube dos 27 busca entender como vidas inteiras foram e ainda são pautadas – e paralisadas – por traumas básicos e feridas não curadas.

O espetáculo, ambientado numa estética “rock’n’roll”, é pontuado por algumas das canções mais emblemáticas destes ídolos e intervenções vocais e instrumentais do ator e sua guitarra.

O espetáculo 27’s, com texto de Daniela Pereira de Carvalho, direção de Gustavo Rodrigues (“Tom na Fazenda”) e atuação de Augusto Zacchi, aborda, através da vida e obra de ícones do rock que morreram aos 27 anos, os caminhos obscuros da escalada autodestrutiva do chamado “Clube dos 27”: Jimi Hendrix (1942-1970), Janis Joplin (1943-1970), Jim Morrison (1943-1971), Kurt Cobain (1967-1994) e Amy Winehouse (1983-2011), além de Brian Jones (1942-1969, membro-fundador dos Rolling Stones) e do ídolo do blues Robert Johnson (1911-1938), estes dois de forma menos detalhada na peça.

A força, irreverência e a grandiosidade destes ídolos e suas obras impactaram gerações e foram motor de transformações comportamentais definitivas e questionamentos que reverberam até hoje. 

A trágica e inquietante coincidência – sem aparente explicação lógica – que reúne estes ídolos de diferentes épocas, fala sobre uma pulsão de morte que escala sem controle até se consumar. “27’s” é um olhar sobre este fenômeno. Seriam os 27 anos uma intensa existência-reIâmpago ou apenas o máximo de tempo que estas pessoas puderam suportar uma pesada jornada de dor?

Jogar luz sobre estas histórias é uma das formas de tentar evitar a sua repetição.

Ao final de cada apresentação, há um bate-papo com o público, para quem desejar ficar. Este projeto recebe o fomento da Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro e da Secretaria Municipal de Cultura, por meio do Programa de Fomento à Cultura Carioca – FOCA.

Um roqueiro brasileiro de 48 anos, em decadência, revisita, durante uma bebedeira solitária, sua vida pessoal e profissional, glórias e fracassos. Ele evoca seus ídolos falecidos aos 27 anos, e afirma que também a sua vida acabou aos 27. Sua jornada autodestrutiva atingiu um clímax naquela idade, mas ele sobreviveu, e conta como.

A cena remete a um estúdio de uma banda de rock, com instrumentos, tripés e outros objetos que remetem ao universo musical. O figurino, preto, segue a mesma estética. O ator intervém com solos de guitarra e interpretações de trechos de canções. 

27’s começou na pandemia, com meu grande amigo, Gustavo Rodrigues, vindo a Teresópolis, deixar, seguindo todos os protocolos de segurança, o livro ‘Clube dos 27’.  Topei fazer se o protagonista fosse um personagem fictício, a ideia de um membro imaginário daquele clube e de sua história me empolgaram – e foi assim que nasceu Virgílio. (…) Nunca sei o que esperar de uma peça. Espero que a dor e as canções desse clube sirvam para percebermos o quanto precisamos cuidar de nossas emoções, nossos pensamentos, enfim, da nossa saúde mental. Acho bacana também falar sobre isso agora porque o rock will never die!!!! relata a autora Daniela Pereira de Carvalho.

Fotografia Guarim de Lorena

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